“De Vagar
eu quero
rever meus atos,
tapar as frestas,
rasgar retratos.
rever meus atos,
tapar as frestas,
rasgar retratos.
hoje
eu quero mudar
os meus costumes,
queimarei meu diário,
- adeus, cardumes!
os meus costumes,
queimarei meu diário,
- adeus, cardumes!
vou trocar
meu velho aquário
por uma nuvem
de vaga-lumes ”
meu velho aquário
por uma nuvem
de vaga-lumes ”
tenho cá
o meu feitiço
de que me serve
ser poeta
senão
para morrer de amor
e disso
luando
gira
o pescoço
a girafa
como
quem grifa
como
quem grafa
como
quem fita
a fita
que falta
como
quem lua
do alto
bem alta
quem dera
minha poesia
luasse
lá do alto
e me fitasse
quando
você me faz
falta
o pescoço
a girafa
como
quem grifa
como
quem grafa
como
quem fita
a fita
que falta
como
quem lua
do alto
bem alta
quem dera
minha poesia
luasse
lá do alto
e me fitasse
quando
você me faz
falta
sinfonia para silêncio em sol menor
e assim
quando você
me perceber extinto
não me pergunte
como foi
nem como vou
como foi
nem como vou
trago na boca
esse buquê
de vinho tinto
passei
como um vento
que passou
esse buquê
de vinho tinto
passei
como um vento
que passou
...
dó
ré
mi
fá
cil
morar nos teus olhos:
sol
lá
si
põe
ré
mi
fá
cil
morar nos teus olhos:
sol
lá
si
põe
esqueça caetano
venha
me livrar
dessa vidinha à toa,
enquanto
eu fernando,
você outra pessoa:
rapte-me da cama,
leoa!
venha
me livrar
dessa vidinha à toa,
enquanto
eu fernando,
você outra pessoa:
rapte-me da cama,
leoa!
Biografia
Múcio de Lima Góes nasceu no verão de sessenta e nove, no segundo dia do segundo mês do ano. Ascendente em Virgem, Lua em Leão, e o Sol na casa de praia. Sua cidade natal, Palmares, na Mata Sul de Pernambuco é conhecida como “Terra dos Poetas”, berço de Ascenso Ferreira, Hermilo Borba Filho, Juarez Correia, Luiz Berto, sem contar seus loucos, cantadores, violeiros e repentistas que nas feiras rasgam seus verbos. Lugar onde já fizeram palco Zumbi e seu povo; batalhas longínquas banhadas a sangue e história; hoje pena qual fantoche sem platéia nas mãos de políticos aventureiros. Morando em Recife, o poeta palmarense conseguiu pousar seus versos no papel, estes que desde meados de 2004 flutuavam em céus virtuais. “O avesso e o verso” (Editora Nossa Livraria) é seu primeiro livro de poesia, lançado em março/2008, onde ele anuncia no seu “Poema em auto-revelo” – sou como Deus, / sendo às avessas: / escrevo torto / por linhas certas. Seus versos são extratos da simpleza, sua poesia nasceu para sentir, e sente muito.
Embalado pela receptividade dO avesso, Múcio atendeu ao chamado do ativista poético Diovvani Mendonça, e lançará no vindouro abril, pela Editora Árvore dos Poemas o seu 2º trabalho, Grãos ao alto!, seguindo com o adorável exercício de semear poesia pelos ares.
links do autor
- www.traversuras.blogspot.com
- www.blogdesete.blogspot.com
- http://www.e-tapas.blogspot.
Olheira de plantão!
Dicas de Sandra Antonioli,
e-mail sandra.antonioli@gmail.com
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