Páginas

segunda-feira, 1 de junho de 2009

PAULO MIRANDA, POETA DE BELÉM DO PARÁ


Formou-se em Letras, e diz que escrever é dom, ainda não se considera um poeta, nem mesmo um escritor, acha que está começando e tudo é uma grande brincadeira, no entando seus versos e crônicas deixam transparecer uma produndidade e uma leveza de espírito, mesmo nos tons irônicos e humorados de versos como : Nos centavos tiro do bolso e me atrapalho, rezo, subo o coletivo, e digo trabalho". Ele mesmo se define nesta pequena biografia:

My name is Miranda. Paulo Miranda. (Risos).

Sou José Paulo Damasceno de Miranda, filho caçula e adotivo de Maria de Nazareth e José Carvalho. Renasci neste mundo as 08:30 do dia 08 de Dezembro de 1973, portanto, Sagitariano, embora ache que não tenha nada haver com este signo. Tive uma infância normal, e uma adolescência idem; dentro dos parâmetros de alguém que sempre foi um pouco baixo, e um pouco acima do peso. Quando me cansava de tantos “apelidos”, ou me enchia do mundo, afogava-me nos livros. Foi aí que conheci o meu maior herói: MACHADO DE ASSIS, ao contrário da maioria das crianças, tinha uma verdadeira obsessão por livros de linguagem e entendimento difícil, por isso, adoro a fase Naturalista e Realista da Literatura Brasileira. Paralelo a isso, comecei, também, a desenvolver predileção por literaturas que abarcassem Ciência,Ficção Científica, Paranormalidade, Sobrenatural, Ufologia, Quadrinhos e, recentemente, Mangás, e, principalmente, Espiritismo, e neste último foi que encontrei, pelo menos para mim, o significado da palavra esperança. Tentei o vestibular de Medicina e Biologia, não era a minha, e tudo virou farelo, depois fui para Letras, passei; e fiz cinco anos, não com a vontade de seguir, mas tornar-me um escritor. O problema que quando você estuda no curso, você passa a perceber que a arte literária é um dom, e não um exercício, portanto, admito, que se de poucas parcas linhas não escrevi nenhum conto que preste, quanto mais ter a peja de construir um poema ou invadir a poesia. Por isso, vejo tudo que escrevo como uma simples grande brincadeira, uma doideira para ser mais sensato, de poeta, na certeza não sou, sou ESCREVEDOR. Escritor? Na certeza, sem dúvida, ainda estou no andador.

Aprecie Paulo em versos:

COMEÇO

O menino não lembra quando nasceu

Muito menos se ganhou ou perdeu

Só sabe que mesmo que o mundo não lhe quisesse

Ele... lhe conheceu

E o menino cresceu...

E o tempo falado e repetido

Foi; e desceu

E o menino ganhara

Onde nem se lembrava aonde venceu

Nunca se cansando na alegria de entender

O que ainda não entendeu

E o menino via-se na Terra que gira,

Que giraria e que aconteceu

Assistindo ao universo, como todos e a si;

Numerosos olhares

E num olhar só seu

PAULO MIRANDA (A Folha)

(imagem do seu álbum no orkut)

SAUDADE

Tenho saudades das peripécias de Pan, em que ele enfrentava o capitão gancho, vencendo o tempo e o mundo desanimado.
Tenho saudades da menina Doroti, que pisava despreocupada nos caminhos dos tijolos dourados daquele mundo alegorizado.
Tenho saudades do Pequeno Príncipe, que viajava dentro do seu mundinho, buscando um inocente caminho para ser andado.
Tenho saudades de Mogli, que sobreviveu graças a mãe loba e transformou a selva num campo fértil de aventuras jamais imaginado.
Tenho saudades da Menina dos Palitos de Fósforo, que encontrou o carinho e o calor em mundos que para nós ainda são sonhados.
Tenho saudades de Alice, que conheceu a ordem e a desordem dentro de cenários escondidos de olhos envernizados
Tenho saudades de João e Maria, que se perderam das responsabilidades e mataram a bruxa que ía destruir seus céus clareados.
Tenho saudades de Carlitos, onde um cheiro de uma flor virava uma simples poesia de amor velado.
Tenho saudades de Quixote, que desafiou as cinzas nuvens com a loucura e a rebeldia do cavaleiro heróico e aloprado.
Tenho saudades da chegada de Dezembro, desejando presentes de um Papai Noel há muito tempo esperado.
Tenho saudades de um Coelho que vem na Páscoa jogando ovos que são comidos e lambuzados com um gosto infantilizado.
Tenho saudades de fadas, duendes e gnomos vivendo entre as cortinas da ciência adulta e a razão do espelho quebrado.
Tenho saudades do Corcunda, que era um poema em vida, querendo o seu direito de ser humanizado.
Tenho saudades do barco de papel, brilhando em mares estrelados, em que os lábios lhe sopram de modo engraçado.
Tenho saudades dos Anjos, que instilam a felicidade nas suas asas de um universo divinizado.
Tenho saudades da Emília, mostrando a sua esperteza, sua tagarelice e até sua rabugice num pedaço de vários panos juntos e amigados num retalho bem costurado.
Tenho saudades de tudo que vira um pulo, uma pipa, um picolé e um enorme pirulito colorido e caramelizado.
PAULO MIRANDA (A Folha)


(imagem do seu álbum no orkut)

NARCISA


Parece-lhe que nada lhe tem cheiro...

Nem o enxofre do inferno
Nem o perfume do Paraíso

Incrivelmente cega
Quando anda na rua

Terrivelmente cheia de claridade
Diante da própria escuridão

PAULO MIRANDA (A Folha)


(imagem do seu álbum no orkut)

RASCUNHO


Desculpe minha jovem
Pela minha pouca arte de cantar

Sei que deveria o teu coração te roubar
Mas, infelizmente, só sei versar

Naquele momento, olhei-te no olhar
Percebeste no ato, o meu ato de ousar

No seu educar, riste, sem o querer de querer amar
E me colocaste no meu canto, onde aqui estou de lugar

Galhofeiro, fiquei a suspirar
Gaiato, engoli o meu falar

Só que minha jovem, olhei-te, e mais uma vez, terás o meu olhar
Na visão de tuas mãos, que contra sua vontade, irei guardar

PAULO MIRANDA (A Folha)

(imagem do seu álbum no orkut)

ILHA DA FANTASIA

Nasci dentro de um ovo
Vestindo a couraça do bobo

Herdando o mês de Agosto
E o meu próprio rosto

Faço do dia escanhoado e barbeado
Tomando café e banho gelado

Nos centavos tiro do bolso e me atrapalho
Rezo, subo o coletivo, e digo trabalho

Cubro-me de ordens, memorandos, ofícios e papéis
Almoço 2,50 em suco e gordurosos priscos pasteis

Sou invisível, sou denegrado
Sou esquecível, sou escravo

Tempo quente e suado
Agora, xô e afogado

Tempo quente e perfumado
Agora, engraçado, sou irmão no teu lado

Penso olhar uma estrela, pensando apaixonado
Penso... e me lembro só esborrachado

Anoto a lista do supermercado
Dinheiro para o banco me deixar pelado

Nenhum tempo, nenhuma hora
Todo momento, meu pai, sempre cuidado

Olho o DVD e vejo um filme irresponsável
Leio um livro, o mundo parece palatável

Vou ao cinema, cego, fico na magia inquestionável
No meu quarto tudo é descartável

No meu relógio o ponto tem que ser preciso e palpável
No meu travesseiro o abraço não é retornável

Nos meus olhos o céu é chuva ou azul
O vento vem do Norte ou do Sul

A Noite não fala, e o manto é quase perfurado
Termino sem pensar mudo e calado

O lábio friso e colado
Querendo, um dia, limar a palavra responsável

Voltear, rindo e maroto,
olhando o navio de papel navegável


PAULO MIRANDA (A FOLHA)
(imagem do seu álbum no orkut)
OLHAR 43

Deveras ser um clichê, mas vou te olhar moça

E não te irritas, pois minhas lágrimas não enchem uma poça

Vou ficar admirando o teu trejeito, o teu molejo, aquele bambolear

E se me achares teimoso ou remoso, meus olhos estão na minha cara,

E mesmo que não tivessem ainda iriam te marcar

No dia, tu pareces a todos desprezar

Até me pergunto:

Por que então aquele rebolar?

Vontade obsessiva de se mostrar?

Ou, querer de não querer amar?

Que coisa, mas eu sou chato

E não me confunda com pato!! Rsrsrsrsr!!!

Vou desfiar o meu fiapo

Mesmo que não queiras papo

Afiar o meu olhar que parece um binóculo

Ou será um microscópio?

Erraste de novo!!! Não sou um micróbio!!! Rsrsrsr!!!

Desafiarei a tua paciência na minha visão de raio-x

Te mostrando que a carranca de jacarandá

Envernizada no óleo peroba

Também faz xissssssss

No fim do dia chegarás cansada

De tanto ser massageada

E olha que nem mostrei o meu latim, para te deixar mais enfezada

Mas não te esquenta

Sei que sou só merenda

Mas... Mesmo que não seja a lembrança da menta

Ainda existo para te irritar a venta

PAULO MIRANDA (A Folha)


Contatos com o autor:

Blog: http://folhafolha.blogspot.com/
Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=14123124200300955565



Sandra Antonioli
Olheira de Plantão
Poemas à Flor da Pele

sandra.antonioli@gmail.com

Um comentário:

  1. Ahhhh...

    Paulitus,que é como chamo este grande amigo,que tem o maior dos dons,(me aguentar),é modesto em dizer que simplesmente "escrevinha"...

    Talento transborda!!!

    Beijos pras duas gatonas!!!

    ResponderExcluir