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domingo, 30 de novembro de 2008

COMO VOCÊ ANDA ESCREVENDO NO ORKUT?



Não sei como iniciar este texto sem ferir susceptibilidades ou arrefecer os ânimos de quem está começando a escrever agora, ou ainda, de quem pretende começar a fazê-lo. Asseguro que não é esse o meu intento. Pelo contrário, o propósito é incentivar a todos que pretendam enveredar por essa área e oferecer alguns subsídios para que possam proceder com êxito.

Como professora de português, função que exerci por vinte e cinco anos, sempre batalhei diariamente para que meus alunos aprimorassem o gosto pela leitura, atitude essencial a quem quer escrever sobre qualquer assunto e também se expressassem corretamente: com clareza, objetividade e sem aqueles erros crassos que nos fazem tremer nas bases e recusar-se a continuar lendo, ou melhor, presenciando o assassinato da língua mãe.
Essa introdução tem por escopo posicionar-me dentro do tópico que pretendo abordar hoje: os textos literários postados no ORKUT. Trata-se de um espaço democrático, valioso, que oportuniza a tanta gente a divulgação de seus trabalhos e, conseqüentemente, os torna conhecidos nacional e até internacionalmente. Mas, por isso mesmo, pelo alcance que o veículo possibilita e pelo número de leitores que atinge, necessário se faz um cuidado maior com elaboração desse material, quer sejam poemas, contos, crônicas ou quaisquer outros artigos literários.

Não é raro encontrar nas comunidades e até em concursos textos eivados de erros, notadamente sem revisão e nenhuma preocupação com a qualidade do que está sendo divulgado. A despreocupação, às vezes, é tanta que palavras são digitadas faltando letras, acentos a até grafadas incorretamente. Isso sem falar na inobservância à concordância e à regência. Muitos me dirão: mas o nosso idioma é muito difícil. Eu respondo: sim, mas é a língua que falamos desde que nascemos, praticamos diuturnamente e uma coisa é o uso coloquial que fazemos dela nas situações do dia-a-dia, outra muito diferente é a proposta literária, posta a público em condição de amplo alcance, como é o caso em análise. Não estou aqui falando de preciosismos, nem de linguagem erudita que remonte aos clássicos ou aproxime-se dos mitos literários dos quais nos orgulhamos tanto. Mas é preciso, pelo menos, uma proposta aceitável: com revisão, dentro do estilo que cada se propôs a desenvolver. Só para exemplificar: se alguém pretende enveredar-se pelo campo da poesia, é necessário um mínimo conhecimento do assunto: o que é uma estrofe, um verso livre, uma sílaba poética, uma licença poética (essa, inclusive, tem gerado grande confusão), que não é autorização para cometer erros, mas uma permissão para, em alguns casos, extrapolar o uso da norma culta da língua, utilizando-se de recursos como palavras ditas de baixo-calão (se o texto assim o exigir), linguagem caipira, figuras de linguagem como a hipérbole (exagero), supressão de algumas letras para resultar em perfeita contagem de sílabas (minh’alma ao ao invés de minha alma), etc.

Considerando que a matéria prima do poeta é a palavra, é lógico que existe a possibilidade de manipular esses vocábulos, alterar-lhes os significados, procurar-lhes outras feições e sentidos porque nisso consiste a arte, mas que fique bem claro: escrever não é obrigatório, é facultativo, mas revisar o texto antes de postar é absolutamente necessário e o primeiro crítico literário é o próprio autor. Ao terminar de escrever, qualquer um tem noção se produziu algo excelente, bom, aceitável ou ruim e aí...mãos à obra, os revisores existem para aprimorarem o que já está bom e dar “uma forcinha” , nas situações adversas.
Boa sorte a todos.

Basilina Pereira
Reresentante da Poemas em Brasília

8 comentários:

  1. Soninha,obrigada pelo espaço. Pessoal, vamos comentar,opinem critiquem , mas leiam, por favor....

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  2. Bá, é uma alegria ter vc como colunista neste espaço. Vc defende as idéias de forma clara e com conhecimento de causa. Perfeito. Acho que as pessoas deveriam se preocupar em divulgar os poemas sem erros gráficos, sem erros de digitação, a gente vê cada coisa. Ao invés de largar uma enxurrada na internet. É preciso trabalhar a inspiração e muito pro resultado ser perfeito. Obrigada pela tua opinião, espero que todos leiam e aceitem teus conselhos. Beijos.

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  3. Estimada Basilina!

    Verdadeiramente, a sua postura é digna de encômios. Sim, porque a sua marcante preocupação com a apresentação escriturística é muito louvável.

    Entendo que, em quaisquer circunstâncias, devemos estar em constantes aprimoramentos. Enfim, a reciclagem não é nenhum demérito. Claro que não! Sim, porque se assim agirmos, em última análise, vamos estar colaborando para melhorar ainda mais os nossos escritos.

    Foi muito oportuna a sua bela postura. Não foi uma crítica acintosa a quem quer que seja. A sua pessoa buscou, no texto em questão, orientar para que as pessoas amem um pouco mais o idioma pátrio.

    Parábéns!

    José Bonifácio - 01 Dez 2008

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  4. Basilia
    Seus ensinamentos nos obrigam a melhorar a cada dia. Obrigada por existir e ser esta mulher humilde com tanto a nos fazer aprender.
    Obrigada por estar entre meus amigos. E sempre que achar necessário me chame no canto...e diga: NÃO É ASSIM.
    Vou gostar, pois estou aqui para aprender.
    bjos poéticos
    Graciela

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  5. Bá!!! que maravilha ter vc como amiga!! poetisa....e colunista que chique rsrsr...meus parabéns...sucesso sempre e quero um livro em!!!
    Mil beijuuss
    Leni

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  6. Ba
    Você disse tudo de forma tão simples e abrangente. Que texto maravilhoso. Esclarecedor. Um alerta. E que bom mesmo poder contar com vc.
    bjão

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  7. Prezada Basilina,
    Sua matéria é de grande alerta. É necessário que os textos sejam redigidos antes da postagem. Um escritor famoso relatou certa vez que rascunha os seus textos várias vezes antes de publicá -los. Precisa ser crítico sim. Contemporâneo não significa a liberdade de cometer erros gramaticais e literários.
    Minha admiração e parabéns pela postura e matéria de grande utilidade cultural e patriotismo.
    Denise Moraes.

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  8. Querida Basilina,

    Confesso que por muito mais que uma vez, cometí tais deslizes.E acho imperdoável, uma vez que nós , poetas ou escritores, fazemos parte da cultura em nosso país.As pessoas que nos lêem, absorvem de certa forma o que ecrevemos e podem julgar nossos erros como corretos, o que naum pode de forma alguma ocorrer.
    Sou somente uma poetisa, naum tenho formação em letras, mas isso naum é motivo para desculpas.
    Hoje em dia, temos em mãos uma ferramenta muito simples de correção:-O corretor de textos do Word.Com um sinples clik, ele permite que vc corrija todos os erros que seu texto apresenta.Depois que passei a utilizá-lo,tudo se tornou mais fácil,além de que ,acabo aprendendo muito.
    Seu artigo é maravilhoso e necessário.Parabéns,minha querida!

    Bjos no coração

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