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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

JOAQUIM MONCKS É UM ARRASO!

Ele está com a gente desde que a Poemas ensaiou seus primeiros passos.


Joaquim Moncks em ação



A amizade nasceu dentro das atividades da Casa do Poeta Rio-Grandense, em 2006, em muitas terças-feiras dos Cafezinhos Poéticos, no Bar Se acaso Você Chegasse, em Porto Alegre e se estendeu por todos os eventos da Poemas à Flor da Pele, onde por ser Mestre da Oralidade, destaca-se com seu brilhantismo e sua verve poética.
De espírito forte e prosa fácil, foi o protagonista de muitos bate-papos acalorados sobre poesia, defensor que é da boa palavra, ao provocar e instigar afirmando, com conhecimento de causa, que a maioria dos autores da atualidade se utilizam das inspirações como um "confessionário íntimo". Era conversa para madrugada inteira, regada a um bom churrasco, na Churrascaria Garcia, onde íamos após os cafezinhos da CAPORI. Passados quase quatro anos, soletrando e desvendando palavras em minhas criações, relembro desse amigo e agradeço as orientações para não banalizar a Poesia.
A olheira de plantão não deixou passar e foi buscar informações e os poemas deste grande poeta da atualidade.


Em sua biografia vemos a formação das suas qualidades entre a disciplina e a justiça. Atuou como Oficial PM, hoje na reserva, é advogado, e graduou-se professor de Criminologia, Ciência e Direito Penitenciário, Direito Processual Penal Militar e Segurança Empresarial.

Mas em sua essência ferve a indisciplina do ser que voa e cria como Poeta e Declamador.
É um Ativista Cultural, dos bons, desde 2003 atua como Coordenador Executivo da Casa do Poeta Brasileiro, a POEBRAS, criada pelas mãos de seu amigo Nélson Fachinelli, o
Operário das Letras, do Rio Grande do Sul. Atua como Agente Literário, Conferencista, Ensaísta e Analista literário, atividades que realiza em seus dia-a-dia e, muitas vezes, como Jurado de festivais nativistas e eventos de poesia e música popular.

Nasceu em Pelotas, em 29 de setembro de 1946. Tem a cidade de Canguçu como sua segunda terra, porque lá iniciou sua carreira como oficial de PM, aos 23 anos, em 1969.


Exerceu cargos importantes em sua trajetória como Deputado constituinte à Assembléia Legislativa do Estado, em 1989, onde presidiu a Comissão Temática de Educação, Cultura, Desporto, Ciência, Tecnologia e Turismo, de onde contribuiu para:

- criar a carta constitucional do Rio Grande do Sul, além de apresentar porojetos importants para os gaúchos, que tornaram-se leis: o das PILCHAS GAÚCHAS, que oficializou a indumentária tradicional do homem e da mulher gaúcha, em respeito à ancestralidade e à tradição agro-pastoril do RS, como traje preferencial e de honra no território do Estado (1989);
- promover o dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi, o líder negro dos Palmares, como o DIA ESTADUAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA, em homenagem à negritude rio-grandense, voz única que se fez ouvir ao pedir desculpas pela escravidão imposta aos negros;
- e instituir o dia 04 de Dezembro como o DIA DO ARTISTA REGIONALISTA E DO POETA REPENTISTA GAÚCHO (1989).

De 1973 até agora lançou os livros:
ENSAIO LIVRE (plaqueta), 1973;
FORÇA CENTRÍFUGA, 1979; ITINERÁRIO (?), 1983;
O EU APRISIONADO, 1986;
O SÓTÃO DO MISTÉRIO, 1992;
O POÇO DAS ALMAS, 2000;
OVO DE COLOMBO, 2005;
CONFESSIONÁRIO – Diálogos entre Prosa e Poesia, lançado na 54ª Feira do Livro de Porto Alegre, em novembro de 2008, contém cartas, mensagens e prosa poética publicadas no Recanto das Letras. Ao pé de cada texto do livro aparece o link para acesso ao RL.

Está trabalhando dois livros: o de poemas regionalistas DE QUANDO O CORAÇÃO ABRE A CORDEONA, iniciado em 1978, quando tinha intensa participação nos movimentos tradicionalista e nativista do RS. Nessa época, 1982/87, integrou o Conselho de Cultura do Movimento Tradicionalista Gaúcho - MTG, órgão informal de política cultural com forte atuação.
E, desde 2004, o livro BULA DE REMÉDIO de poesia universalista, previsto para 2009.

Tem mais de 150 mil leituras no Recanto das Letras, espaço virtual que o estimula a publicar suas criações, por "onde perpassam o fogo poético e a tentativa estética da contemporaneidade formal". E neste espaço, por seu amor à Poesia, dedica
desde junho de 2005, mais três horas do seu dia, instigando poetas através da análise crítica tudo para que o autor chegue à síntese e à autocrítica, objetivando a melhoria de seu texto. Não atua como um professor de Letras e sim como alguém veterano na arte da escrever.
Realiza oficinas literárias em Salvador/BA, Campo Grande/MS, e no RS. http://recantodasletras.uol.com.br/autores/moncks




O FLERTE INACABADO
Joaquim Moncks

Nos jogos do amar, as conversas subjacentes e incidentais sempre têm uma marcante melancolia, não é mesmo?

Ainda que a alegria do encontro e das descobertas seja ótima, quase bobices da euforia, a inquietação do novo e o temor da perda sempre carregam no bojo de tudo a insegurança do dia seguinte.

Apesar do perfume da flor inalado pelo olfato, na boca há um inquieto agridoce. O coração amoroso quase sempre sangra. E os mecanismos do desejo escrevem o poema com os espinhos.

É este o flerte entre seiva e flor.


– Do livro O HÁLITO DAS PALAVRAS, 2008/2009.


FLOR DA AUSÊNCIA

Joaquim Moncks


Amarga
essa flor

que se chama amor.

Amarga
essa doçura
a flor da ausência.

Amarga
essa tristeza
que se chama despedida.


Amarga
essa flor do ventre
cujo nome é desejo.


É amarga a boca
que tem o sal da lágrima.

E nesse agridoce

permanece o jogo trágico

das palavras, Amada.

No chão em que piso
baila uma bailarina
cujo nome é solidão.


– Do livro OVO DE COLOMBO. Porto Alegre: Alcance, 2005, p. 84.

Lume

Joaquim Moncks

Colho palavras

como quem arruma as malas.

E o mundo dos afetos

é um algodão doce.


Uma lâmpada pisca

na ponta do cigarro.


Será o pirilampo

um pijama luminoso

para quem ama?



CHEGADAS E PARTIDAS

Joaquim Moncks


Na emigração de silêncios e luzes para a casinha do Passo de Torres, em Pasárgada o mar me salgou a memória, ao compasso de areias e ventos.
Talvez por isto a palavra diária seja sempre de ondas e maresia. E salive ao sabor de lágrimas a carne macia dos peixes, no céu palatino de chegadas e partidas.

– Do livro BULA DE REMÉDIO, 2005/2009.


AMOR EM TEMPO E ESPAÇO
Joaquim Moncks

O milagre da virtualidade nos ensina a conviver à distância física. Aquele que cuida da plantinha Amizade, se torna tão ou mais importante que os amargos trastes não virtuais do mundo da realidade. Somos do legado afetivo. O mistério do outro nos faz falta e nos ensina o fetiche da convivência. O abraço é largo e o beijo derrama-se na lágrima.
Mudou algo?

– Do livro O HÁLITO DAS PALAVRAS, 2008/2009.

A ORAÇÃO FALA DE DENTRO
Joaquim Moncks

Há dias em que o tempo conspira. Há momentos em que a solidão exige o contato com os céus. Noutros instantes, o etéreo é pequeno para a angústia de estar vivo. Dentro de nós somente o deus que somos.
A oração fala de dentro, soturno lampejo da mínima condição humana. Assim se dá a divindade de nos sabermos pequenos. Nada é tão esplendidamente compensador. E tantos nada sabem disso...

– Do livro O HÁLITO DAS PALAVRAS, 2008/2009.



O SUICIDA

Joaquim Moncks


Os loucos surtam

soltos

de suas camisas de força.

Somente o vinho, túrgido de aromas,

desce sem detença.

Tudo é irreversível na loucura.


Há um fio de fel

no eixo das lembranças.

A solidão chega: é o pássaro

que se estatela no vidro da janela.
Flores no jardim abaixo

confidenciam a incompetência no vôo.

Uma rosa vermelha

de pescoço longo

olha pra cima
e acompanha

o mergulho do suicida.

Na calçada o corpo geme

desnudo de esperanças.


O dia arruma a cabeleira do sol.

– Do livro BULA DE REMÉDIO, 2004/2009.



O AMOR FAGULHA O DESDÉM

Joaquim Moncks


Não me sussurrava o silêncio

há tanto tempo

que esquecera a sua voz.


Despido, o poema sem sono

vem à cuca.

É líquido o prisma dos olhos.

A solidão rutila esmeraldas e rubis.


Geme em silêncio

a desesperada voz dos aflitos.

O violão sola o canto de mágoas.

A emoção voeja no anjo

de asa quebrada.

E nos telhados,

feito um gato soturno,

o amor fagulha o desdém.

– Do livro BULA DE REMÉDIO, 2004/2009.


ARPEJOS SEM PERSPECTIVA

Joaquim Moncks


Minha fúria de mudar o mundo

tem por baixo um boneco desanimado.

Aos mais de sessenta,
sou um maiacovski sem forças.
Tentei o novo.
Surgiu-se-me o fantasma do Real.


Este mundo de bens de consumo

é a farsa do milênio terceiro.

Mais enricada do que nunca
a criatura humana empobreceu-se
de valores.
Bato à porta do futuro:

meus neurônios alertam
para o visto e o revisto.


Tinge-se de sangue a janela da esperança.

Mais que nunca
como apontou Charles Baudelaire

a trepada é o lirismo do povo.


A rigor, neste tempo de asperezas
pega-se o automóvel e se passa por cima

do mendigo da esquina.

O braço que estende a mão ao óbolo

duplica-se, triplica-se, multiplica-se.

A fome vai além do gesto.


– Do livro BULA DE REMÉDIO, 2004/2009.


Olheira de plantão!
Dicas de Sandra Antonioli,
e-mail sandra.antonioli@gmail.com

domingo, 30 de agosto de 2009

CHÁ E PALESTRA NA ACADEMIA SUL-MATO-GROSSENSE DE LETRAS


A Embaixadora do Movimento para o Brasil e
Subsecretária das Américas dos PDM


PALESTRA SOBRE O TEMA “AS FACES DO SOCIAL NA LITERATURA"


A Academia Sul-Mato-Grossense de Letras realizará nesta próxima segunda-feira (dia 31/08), às 17h30min, mais uma edição do seu tradicional Chá Acadêmico, projeto que foi reativado com sucesso pela atual Diretoria da ASL e que acontece a cada última segunda-feira de cada mês, e reúne os acadêmicos e seus familiares, além de autoridades, poetas, escritores, artistas e convidados especiais do sodalício, em descontraído colóquio cultural. Na ocasião do evento, haverá uma palestra da ilustre escritora sul-mato-grossense Delasnieve Miranda Daspet de Souza, que discorrerá sobre o tema: “As Faces do Social na Literatura”. A palestrante convidada, Delasnieve Daspet, é poeta, advogada, presidente do Fórum de Cultura do Estado de MS, Sub-secretária Geral para as Américas, Embaixadora para o Brasil de Poetas del Mundo, Embaixadora Universal da Paz do Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix – Genebra – Suíça, e presidente da Federação das Academia de Letras e Arte de MS (FALA-MS). De 2005 a 2006 foi presidente da comissão das prerrogativas do Advogado e há dois anos está à frente da Presidência da Comissão dos Direitos Humanos da OAB/MS com vários projetos em andamento. Também desenvolve há 10 anos um belo trabalho como Presidente da AME – Assistência ao Menor - onde cuida de 60 crianças e fornece, através de doações, alimentação, acompanhamento escolar e palestras educativas. Autora de várias obras (com destaque para “Por um minuto ou para sempre”, “Em preto e branco”, “Pazeando” e “De Liberté em Liberté”, livro que será lançado em março do ano que vem no Salão do Livro em Paris / França) e detentora de diversas homenagens e premiações nacionais e internacionais, Delasnieve Daspet foi laureada dia 28 de agosto, com mais uma comenda: a Medalha do Mérito Legislativo pela Câmara Municipal de Campo Grande. O Chá acadêmico é servido no espaço cultural da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, que se situa na Rua Rui Barbosa, 2624, Centro, Campo Grande.

Informações de Poetas del Mundo.

POSSE NA ACLAC - CABO FRIO/RJ


Na cerimônia de posse dos Membros Correspondentes da Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo-RJ será entregue o título de Honra ao Mérito Cultural da ACLAC.
Será feito, na oportunidade, o lançamento da Antologia Lítero-Cabista da ACLAC (20 reais).
As apresentações culturais e literárias ficam por conta do Coral Marearte e da Poesia dos Associados.

Onde: Espaço de Exposição Amazônia Azul (Referência em frente ao Museu Oceanográfico da Marinha).
Bairro: Praia do Anjos.
Cidade: Arraial do
Cabo-RJ.
Quando: 05 de setembro às 18h30


Informações sobre a Antologia da ACLAC:


O livro de POESIA, TEATRO, CONTO, CRÔNICAS E MUITA LITERATURA
tem a participação de 15 autores da entidade.
Orelha do acadêmico Rodrigo Octavio Pereira de Andrade.

Apresentação do acadêmico Carlos Alberto de Sousa.
Homenagem póstuma ao acadêmico Antônio Correa.

BLOG DA ACLAC: http://aclacademiacabista.blogspot.com/



LISTA DE TODOS OS APROVADOS PARA MEMBRO CORRESPONDENTE DA A.C.L.A.C 1- Afonso Estebanez Stael. – Cantagalo-RJ/Niterói-RJ.
2- Alberto Mazza – Taubaté-SP.
3-Ana Cristina Mendes Gomes (Cris Dakinis) – São Pedro da Aldeia-RJ. 4- Antônio Seixas. – Magé-RJ.
5- Anthony Mohammad Abu Kalil – São Paulo-SP.
6-- Carlos Eduardo Rodrigues Bonito. - Praia Grande-SP.
7- Daniela da Silva Lopes Barbosa – Cabo Frio-RJ/Niterói-RJ. 8-Denise Fernando Machado. – Rio de Janeiro-RJ.
9- Doroty Barboza de Jesus Dimolitsas. – São Paulo-SP.
10- Edízio Rodrigues Mendonça. - Barra do Mendes-BA.

11- Fabrício Souza Santos - Manhuaçu-MG.
12- Jacques Ary Azicoff. – Iguaba Grande-RJ.
13- José Antônio de Ávila Sacramento - São João Del Rei-MG.
14- Jorge Luiz Mota Vargas – Brasília-DF.

15- Júlio Lopes Queiroz Filho – Niterói-RJ.
16- Kênia Soares Bastos de Souza – Campos dos Goytacazes-RJ.
17-Lídia Maria Gomes Perrout Del' Secchi - Vassouras-RJ.
18-Magaly Grespan. – Três Lagoas-MS.
19- Marcelo de Oliveira Souza – Salvador-BA.
20- Marcelo Reis. – São Paulo-SP.
21- Maria da Glória Perez. - São Bernardo do Campo-SP.
22- Maria Luciane da Silva. – Recife-PE.
23- Maria Magali Miguel de Oliveira – Cordeiro-RJ.

24- Marta Sportisch Valle Cancela – Maricá-RJ.
25- Mendes Dutra – Maranhão-MA.

26- Mercêdes Batista Pordeus Barroqueiro – Recife-PE.

27- Ottilia Amatto Mendes Castro - Guaratinguetá-SP

28- Roberto de Castro Del’Secchi. – Vassouras-RJ.

29- Roldão Aires Joaquim. – São Paulo-SP.

30- Rosa Ramos Regis da Silva. – Natal-RN.
31- Selene Antunes - Rio de Janeiro-RJ.
32- Selmo Vasconcellos – Porto Velho-RO.
33- Sônia Maria Ferraresi – Porto Alegre-RS.
34- Sonia Medeiros – Armação dos Búzios-RJ.

35- Sonia Nogueira – Fortaleza-CE.

36- Vera Lucia Martins Salbego. – Guaíba-RS.
37- Victor Jerónimo – Recife-PE.
38- Wendell Andrade – Salvador-BA.

39- Weslei Rodrigues Mendes - Governador Valadares-MG.
40- William Wollinger Brenuvida - Governador Celso Ramos-SC.


Divulgação do Secretário-Acadêmico
Rodrigo Octavio Pereira de Andrade.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

SILENCIA O POETA...O CÉU ESTÁ DE GALA...


ANÍBAL BEÇA

Este poeta era meu amigo no Orkut e foi uma honra trocar algumas palavras com ele, indicado por nosso amigo em comum Selmo Vasconcelos do Movimento Lítero cultural/RO. Seu nome era Aníbal Augusto Ferro de Madureira Beça Neto, poeta, tradutor, compositor, teatrólogo e jornalista, nasceu em Manaus, em 13 de setembro de 1946.
Nos deixou dia 25 de agosto de 2009.

Sua trajetória de quase 63 anos apresenta fatos do seu talento e dedicação às artes de uma aneira geral; Iniciou os estudos em Manaus, nos Colégios Aparecida, Dom Bosco e Brasileiro e passou por Novo Hamburgo, aqui no Rio Grande do Sul, no Colégio São Jacó. Em Porto alegre teve ensinamentos e estímulo do mestre Mário Quintana para seguir pelos caminhos da poesia.

Especialista em tecnologia educacional na área de Comunicação Social (UFRJ), foi repórter, redator, colunista, copy-desk e editor, nos jornais de Manaus, de 60 a 80, foi diretor de produção da Televisão Educativa do Amazonas - TVE. Era consultor da Secretaria de Cultura e Turismo do Amazonas. Criou e era Editor-geral do suplemento literário bi-mestral "O Muhra".
Teve atuaçõs em teatro, artes plásticas, compositor, letrista e produtor de espetáculos e de discos. Em 1968 venceu o I Festival da Canção do Amazonas e ao longo de sua carreira musicial colecinou mais de 18 primeiros lugares em festivais no país e no exterior. Esteve pelo Brasil no VIII Festival de Joropo de Villa Vicencio, Colômbia (1969);
Participou em 1970 no Festival Internacional da Canção FIC, em 1970, com a música "Lundu do Terreiro de Fogo", defendida pela cantora Ângela Maria, único artista amazonense a se apresentar no festival. Tem músicas gravadas por vários artistas brasileiros,é Especialista em tecnologia educacional na área de Comunicação Social (UFRJ).
Era da
Secretaria de Cultura e Turismo do Amazonas. Era considerado o multimídia por sua atuação artística.
Foi tema de enredo da Escola de samba "Sem Compromisso", em 99 com "Aníbal Bom à Beça". Era da ala de compositores dessa escola e da Samba Reino Unido da Liberdade, na qual fo autor de diversos sambas-enredo, entre eles "Hoje tem Guarany", "Vento e sol, passa cerol - A Arte de empinar papagaios" ; "Sol de Feira - O pregão da Alegria".



Participou de várias antologias brasileiras e teve diversos livros publicados:
Convite Frugal, Ed. Gov. do Estado do Amazonas, Manaus, 1966

Filhos da Várzea e outros poemas(abrigando o livro Hora Nua)

Casa Madrugada Editora, Manaus,1984

Itinerário da Noite Desmedida à Mínima Fratura, Casa Editora Madrugada, Manaus, 1987.

Quem foi ao vento, perdeu o assento, (Teatro) Edições SEMEC, Manaus, 1987
Marupiara - Antologia de Novos Poetas do Amazonas, (organizador) Ed. Gov. do Estado do Amazonas, Manaus, 1989
Suíte para os Habitantes da Noite, Editora Paz e Terra, São Paulo (Vencedor do VI Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira), 1995
Banda da Asa - poemas reunidos - Editora Sette Letras, Rio de Janeiro, 1998



ÚLTIMO ROUND

Anibal Beça


O vento que de verde tudo varre
não varre esta floresta onde eu habito.
Espana roxas nódoas de um espárringue
que sou eu mesmo a rir por esses ringues.

Porradas que me dou? Mero detalhe,
de quem passou a vida sem ter sido
sendo, o sabido súdito do anárquico.
Não fui, não sou, não quero ser doído.

O menestrel choroso? Este não vale,
perdeu-se pelos socos de outras divas
em noites desbotadas na paisagem.

Mas então, o que fica dessa trilha?
Ora, amigo, nocautes dessa aragem
varrida nos cruzados descaminhos.


E homenageio a este lindo poeta que tanta saudade vai deixar com alguns dos seus haicais para Millôr.


Carnaval
ritmo de marcha:
chora um pierrô na hora
negra que atarraxa.

maestro

o momo balança
sensual no carnaval
a ginga da pança.

trio elétrico

se o povo balança
nem sempre é feliz quem tem
a alegre frevança.

milagre

na dança do samba
Brasil: desfile de anil
no jeito de bamba.

brasileiríssima

o bloco dos sujos
em trote leva o pacote
dos próprios sabujos.

4ª feira ingrata

fim de carnaval
acorda o Brasil nas hordas
do choro geral.


QUAL É DE LAWRENCE FERLINGHETTI



C O N V I T E


Qual é a do Ferlinghetti?
Com Ricardo Silvestrin, Eduardo Bueno e Marcelo Noah

Dia 1º de agosto de 2009, sábado,
das 18h30 às 21h

Na Palavraria – Livraria-Café
Entrada franca

A poesia de Lawrence Ferlinghetti numa conversa entre três leitores do poeta beat.
Eduardo Bueno vai falar sobre a sua experiência de traduzir, além de conhecer pessoalmente o poeta americano.
Marcelo Noah, que tem Ferlinghetti como um dos seus bruxos, anuncia uma surpresa que está preparando para revelar no encontro.
E o poeta Ricardo Silvestrin pergunta: qual é a do Lawrence Ferlinghetti?
Qual é?, projeto criado por Ricardo Silvestrin, com produção do jornal Vaia, acontece mensalmente, aos sábados, na Palavraria.

Ricardo Silvestrin lançou 12 livros. Os mais recentes são “O Menos Vendido”, poesia, “Play”, contos, “Transpoemas”, infantil de poesia. É também músico da banda os poETs. É colunista do jornal Zero Hora. Apresenta na rádio Ipanema FM o programa Transmissão de Pensamento. Recebeu por 5 vezes o prêmio Açorianos de Literatura.
Eduardo Bueno é jornalista, escritor, editor e tradutor. Fascinado por história brasileira, consagrou-se como um autor talentoso, capaz de imprimir um ritmo moderno e original à narrativa de episódios históricos. Publicou A Viagem do Descobrimento e Náufragos, Traficantes e Degredados A Viagem do Descobrimento também ganhou o prêmio Jabuti em 1999.
Poeta pós-contemporâneo, Marcelo Noah foi acusado de envolvimento no "I Congresso de Poesia Totalitária - Algonauta Navepoesia Galacto-canibal", bem como da difusão do programa de rádio "Clara Crocodilo Show!". Lançou em 2006 o CD "Trinta em Transe", apanhado da poesia no sul do Brasil e organizou o primeiro Slam de Poesia do país. No cinema, dirigiu o curta-metragem "Mel do Zé", que cobre uma noite de prazeres de Zé Celso Martinez em Porto Alegre. Atualmente mantém atividades mais-que-literárias junto ao grupo "Nave Vazia" e à rádio Ipanema fm.

Contatos: jornalvaia@gmail.com e 9892-3603
Visite o sítio da Palavraria:
www.palavraria.com.br Comente, opine, divulgue.

Palavraria - Livraria-Café

Rua Vasco da Gama, 165 - Bom Fim

90420-111 - Porto Alegre
Telefone 051 32684260
palavraria@palavraria.com.br

release de Ricardo Silvestrin
ricardo.silvestrin@globo.com

“Convergências” – A Poesia Visual de Tchello d’Barros



C O N VI T E


O espaço de exposições do Largo das Letras, Rio de Janeiro – RJ, apresenta a exposição Convergências, composta de poemas visuais do catarinense Tchello d’Barros. A mostra apresenta também o álbum fotográfico Palavraria Pública, um exercício de street photography, onde o autor fotografa – no Brasil e em diversos países - recortes de frases em placas, out-doors, fachadas de lojas, etc, resultando num diálogo inusitado com as obras de Poesia Visual. Para a poeta Andrea Lúcia, curadora da exposição, “esta é uma boa oportunidade para o público carioca e fluminense conferir como os trabalhos de diferentes fases desse poeta visual se relacionam com sua produção contemporânea”, pois a mostra traz para o Rio de Janeiro algumas criações recentes e mesmo alguns trabalhos inéditos do autor. Embora Tchello d’Barros tenha também publicado até o momento cinco livros de poemas ‘convencionais’, começou mesmo foi com poemas visuais lá pelos idos de 1993, em Blumenau – SC, e segue numa produção lenta mas constante, numa média de meia dúzia anualmente. Desde 2004 está radicado em Maceió – AL, e por conta das oficinas literárias que ministra sobre o tema, reuniu alguns trabalhos de séries mais representativas e estreou a mostra em 2006, no NAC – Núcleo de Arte Contemporânea, em João Pessoa – PB. Na seqüência, em 2007, foi exibida no Misa – Museu da Imagem e do Som de Alagoas, em Maceió – AL. Em 2008 foi apresentada no CEN - Congresso Internacional de Literatura Lusófona, em Blumenau – SC. Após essa passagem pelo Rio, a mostra segue a itinerância para outras capitais brasileiras.
Para a abertura da exposição em Santa Tereza, haverá também um sarau de poesia, coordenado pelo poeta Luiz Fernando Prôa, que realiza na cidade diversas ações literárias, além de editar o site Alma de Poeta, onde Tchello realiza curadorias virtuais. No sarau, além da apresentação dos Poemínimos – micro-poemas Verbi-voco-visuais de Tchello d’Barros – diversos poetas estarão presentes para recitar seus próprios poemas. Na sequência, apresentação musical (guitarra, violão e piano) com Aloysio Neves trazendo arranjos de Toninho Horta, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, A. Neves, Joe Pass, Villa-Lobos e Tom Jobim, entre outros.

Programa
Abertura às 19:00hs
- Exposição de Poesia Visual - Tchello d’Barros
- Exposição do álbum Palavraria Pública - Tchello d’Barros
- Sarau Alma de Poeta - coordenação de Luiz Fernando Prôa
- Apresentação Musical (guitarra, violão e piano) - Aloysio Neves

clique na imagem para ver o convite
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SERVIÇO

Abertura: quinta-feira 03 set 2009 - das 19 às 24h
Local: Livraria Largo das Letras - Tel. (21) 2221-8992
Rua Almirante Alexandrino, 501 Largo do Guimarães
Bairro Santa Tereza - Rio de Janeiro - RJ
Entrada franca
Visitação: 04 set à 04 out 2009 - Terça à Domingo - das 14 às 24h
Curadoria: poeta Andrea Lúcia agatha_triste@hotmail.com
Mais informações: Tchello d’Barros tchello@tchello.art.br

Agradecimentos:
Anna Mallet – Largo das Letras
Luiz Fernando Prôa – Alma de Poeta
Paulo Rafael – Pizzas Artesanais
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Informações Complementares:
Como chegar:
De carro: Pode subir pelas ruas Cândido Mendes, na Glória, Monte Alegre, no Bairro de Fátima, Joaquim Murtinho, na Rua do Riachuelo, é só seguir os trilhos do bonde.
De ônibus: Há duas linhas, 206 e 214, o ponto final fica na Av. Nilo Peçanha, ao lado do Buraco do Lume, antes de subir o morro tem parada na rua Gomes Freire, Lapa, em frente ao Supermercado Rede Economia e Banco Itaú.
De Bonde: Há horários de meia em meia hora, o último partindo ás 20:30h, é só se dirigir a estação ao lado do prédio da Petrobrás, na av. Chile, Centro.
Gastrô: no local pode-se tb degustar as Pizzas Artesanais de Santa Tereza, acompanhadas por um bom vinho, uma cerveja bem gelada, limonada suíça, doces e a cachacinha Caraíba, da cidade de Paraopeba, M. G, guardada em barril de jequitibá. Tudo ao ritmo e a velocidade tranquila do bairro de Santa Tereza.
Feriado: O espaço estará aberto também na segunda-feira do feriado de 07 de setembro.
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Tchello d’Barros: à vista e a prazo.
por Al Chaer


Apresentar Tchello d’Barros é ao mesmo tempo honra e desafio. Mais honra que desafio. Pois a primeira se basta e o segundo não se esgota.

Tenho o privilégio de participar (acompanhando) de parte da trajetória de Tchello d’Barros nestes últimos 10 anos. Era 1999, quando conheci Tchello d’Barros através dos seus poemínimos. Já naquela época me via diante de um texto dentre os mais densos que tinha lido. Concisão com cisão de palavras. Precisão que as palavras precisam.

Dez anos se passaram e, neste período, vi que os poemínimos de Tchello d’Barros não caminhavam sozinhos. Vinham junto às demais faces deste Tchello-muilti-tudo: poeta, designer, desenhista, artista plástico, poeta visual, fotógrafo, artista digital, haicaísta, cordelista, cronista, promotor cultural, palestrante, viajante e profundo conhecedor da história das artes.

Assim, montando este quebra-cabeça, consegue-se entender um pouco mais sobre a palavra “olhar”. Quando o “olhar” é sentimento. Sentimento de encontro. Toda a Poesia (na acepção mais ilimitada da palavra) que Tchello nos revela nas diversas manifestações de sua obra - riquíssima e rara - é o sentimento de seu “olhar” que convida o nosso “olhar” para um abraço.

Nos idiomas, as palavras envelhecem, algumas chegam a morrer. Da maneira rara como Tchello as vê, as palavras se tornam mais jovens. Da forma surpreendente, criativa e talentosa como Tchello nos mostra, as palavras nos rejuvenescem. Assim também o é com as cores, com as formas e com as imagens.

O mais impressionante na construção de sua obra artística é o eixo que a norteia: há uma coerência em que clareza e simplicidade são cúmplices. E uma objetividade que nos faz concluir que, se Tchello sente com o “olhar”, ele “pensa” com um trabalho rigorosamente planejado e cuidadosamente estabelecido em um cronograma sem fim. Seu “olhar” não pára de trabalhar.

Tenho o prazer de falar que, pessoalmente, Tchello é melhor ainda que sua obra. Porque as palavras, as cores e as imagens GOSTAM DELE.

A obra de Tchello d’Barros comprova que a Poesia não é feita apenas com palavras. A Poesia de Tchello é uma passagem...só de ida. Sem volta. Pudera! Voltar pra quê? E pra onde?

E por quê do título “Tchello d’Barros: à vista e a prazo”? Porque a obra de Tchello d’Barros é a vista dele, para deixar a nossa vista mais bela. E a prazo, porque sua arte é para ser absorvida em suaves prestações: a perder de vista.


AL-Chaer
Goiânia, 25 de agosto de 2009




E-mail recebido de Andrea Lucia/RJ Moderadora da Poemas à Flor da Pele

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

J.B.ZIEGLER O TALENTO!

Este amigo poeta há muito é colunista do nosso Blog TEAR - Tecendo Arte na Rede e integrante da Poemas à Flor da Pele. A nossa olheira de plantão, Sandra Antonioli, foi buscar informações sobre o seu trabalho. E deixamos aqui um pouco do seu talento.





O mundo é feio.
Sou tudo aquilo que foi vivido, nem tudo o que foi escrito...mas vamos colocando mais rabiscos, mesmo que binários... até o ponto final, mesmo sem saber que história é essa...
Nunca tive a pretensa pretensão de ser mais do que vou ser. Não desmereço as posições das pessoas, mesmo que aparentem inferioridade, e recolham-se nos seus recônditos casulos, podendo ser superior. Nunca fiz marketing de minhas origens. Mesmo que tenha saído de onde o diabo perdeu as meias, e chegado, no momento, apenas onde ele perdeu as botas. Acho que as pessoas são o que tem que ser, e são pessoas, mesmo que nascidas na Groenlândia ou no Sudão. O mundo é feito de cabeças ocas e duras, nada entra, nem tem nada para se extrair, os que tem conteúdo, são queimados...


Mundo
Eu que imaginava o mundo,

Como um lago imundo,

Ou um deserto escaldante,

Mudando a cada instante,

Descobri meu mundo,

Num abraço seu,

Você me abraça,

E o mundo,

Fica só Você e Eu...


J B Ziegler



Homens bomba
Meus dezesseis homens bomba,
Estão no armário,

Eles não saem dali,

Cansados de explodir por qualquer coisa,

Se esconderam,

Ficaram com medo,

Agora tricotam a paz,

Com fiapos de dinamite...

J B Ziegler



Coração de papel
A inspiração nasceu de repente,
Como uma força crescente,

Agigantando-se dentro da alma.


Peguei lápis, uma caneta, até um pincel,

No momento que descobri:

Eu tinha um coração de papel.


Naquele instante desesperado,

Rasguei o peito com as mãos,

E deixei meu coração todo rabiscado.


Agora não tem mais jeito,

A boa nova se anuncia,

Eu tenho uma poesia,

Batendo dentro do peito.


J B Ziegler


Epigrafo
Talvez um dia,
nesta vida ainda,
eu me redima,

Para que minhas parcas poesias sem rima,

Não se percam em esquecimento,

Por que até neste exato,
e triste momento,

Tudo o que eu escrevi acima,

E explicação não exprima,

Não prestarei esclarecimento

Sempre tudo foi sempre assim,

Depois que eu morrer,
lembrarão de mim,

Talvez falem de bem,
provavelmente de mal,

Nem parecia gente,
era como animal,

Quando eu for cinza, enfim,

Tudo o que vai lembrar de meu fim,

Uma notinha num rodapé de jornal.


J B Ziegler


Epitáfio
Já não espero quase nada

Em vida, só a morte serena,

Deixo lavrado pela pena,
Simples palavra calada.

Talvez a flor da açucena,

Deixe a cama preparada,

Para minha ultima morada
Depois que eu sair de cena.

Deixe-a ampla e perfumada,

Olharei por ti minha amada,

Lembrando do amor fraterno.


Nos meus versos a lembrança,

Nas letras escritas, esperança,

De um dia eu ser eterno...


J B Ziegler


Desconhecido
Ilustremente desconhecido,
Eu caminho pela cidade,
Cidade minha que não conheço.


As pessoas desviam,

Como que se não me visse,

Ou como se eu não sentisse,

A frieza com que me fatiam.


Mesmo assim vou seguindo,

Juntando meus pedaços pelo chão,

Que fui deixando quando vinha,

Para não me perder ao voltar,

Como se não estivesse sentindo,

Que cada pedaço que ia caindo,

Não ia me encontrar...
Minha alma?

Esta ainda me acompanha, calada,
Caminhando pela estrada,
Como simples fugitiva,

Neste silêncio doloroso e mortal,

Que me craveja feito um punhal,

E ainda finge que está viva...


J B Ziegler
Eu passarinho
Quando me mataram,
Pela décima vez,

Eu ainda era um jovem talento,

Ainda desconhecido.


Hoje estou velho,

Com o rosto esmaecido,

Agora, já me conhecem um pouquinho,

Só que me matam devagarzinho...


J B Ziegler
Contos de fadas

Um dia, depois de tanta espera,

E com o peito quase tapera,

A Princesa tomou uma decisão,
Para acalmar seu sofrido coração,
Já há muitos anos, desesperado,

Desistiu do Príncipe encantado,

E casou-se com o Dragão...


J B Ziegler



Ator, Escritor, Teatrologo e Cineasta.

* Poemas no Ônibus de Gravataí - RS.
* Agraciado com a comenda Cavaleiro da Ordem da Lyra de Bronze em 2002, com a poesia "Um Coração" e "Esquina".

* Participação na 19º volume do Painel Brasileiro de Novos Talentos.
* Inúmeras publicações com a Casa do Poeta e a extinta ASL - Associação Santa-mariense de Letras - e outras.
* Escreve no Letras Santiaguenses.


MSN: jbziegler@hotmail.com


http://republicadevira-latas.blogspot.com/ http://oscarpinteirosdegaia.blogspot.com/ http://www.jbziegler.blogspot.com/ http://poetajb.blogspot.com/ http://tecendoartenarede.blogspot.com/ http://recantodasletras.uol.com.br/autores/jbziegler


Olheira de plantão!
Dicas de Sandra Antonioli,
e-mail sandra.antonioli@gmail.com