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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

J.B.ZIEGLER O TALENTO!

Este amigo poeta há muito é colunista do nosso Blog TEAR - Tecendo Arte na Rede e integrante da Poemas à Flor da Pele. A nossa olheira de plantão, Sandra Antonioli, foi buscar informações sobre o seu trabalho. E deixamos aqui um pouco do seu talento.





O mundo é feio.
Sou tudo aquilo que foi vivido, nem tudo o que foi escrito...mas vamos colocando mais rabiscos, mesmo que binários... até o ponto final, mesmo sem saber que história é essa...
Nunca tive a pretensa pretensão de ser mais do que vou ser. Não desmereço as posições das pessoas, mesmo que aparentem inferioridade, e recolham-se nos seus recônditos casulos, podendo ser superior. Nunca fiz marketing de minhas origens. Mesmo que tenha saído de onde o diabo perdeu as meias, e chegado, no momento, apenas onde ele perdeu as botas. Acho que as pessoas são o que tem que ser, e são pessoas, mesmo que nascidas na Groenlândia ou no Sudão. O mundo é feito de cabeças ocas e duras, nada entra, nem tem nada para se extrair, os que tem conteúdo, são queimados...


Mundo
Eu que imaginava o mundo,

Como um lago imundo,

Ou um deserto escaldante,

Mudando a cada instante,

Descobri meu mundo,

Num abraço seu,

Você me abraça,

E o mundo,

Fica só Você e Eu...


J B Ziegler



Homens bomba
Meus dezesseis homens bomba,
Estão no armário,

Eles não saem dali,

Cansados de explodir por qualquer coisa,

Se esconderam,

Ficaram com medo,

Agora tricotam a paz,

Com fiapos de dinamite...

J B Ziegler



Coração de papel
A inspiração nasceu de repente,
Como uma força crescente,

Agigantando-se dentro da alma.


Peguei lápis, uma caneta, até um pincel,

No momento que descobri:

Eu tinha um coração de papel.


Naquele instante desesperado,

Rasguei o peito com as mãos,

E deixei meu coração todo rabiscado.


Agora não tem mais jeito,

A boa nova se anuncia,

Eu tenho uma poesia,

Batendo dentro do peito.


J B Ziegler


Epigrafo
Talvez um dia,
nesta vida ainda,
eu me redima,

Para que minhas parcas poesias sem rima,

Não se percam em esquecimento,

Por que até neste exato,
e triste momento,

Tudo o que eu escrevi acima,

E explicação não exprima,

Não prestarei esclarecimento

Sempre tudo foi sempre assim,

Depois que eu morrer,
lembrarão de mim,

Talvez falem de bem,
provavelmente de mal,

Nem parecia gente,
era como animal,

Quando eu for cinza, enfim,

Tudo o que vai lembrar de meu fim,

Uma notinha num rodapé de jornal.


J B Ziegler


Epitáfio
Já não espero quase nada

Em vida, só a morte serena,

Deixo lavrado pela pena,
Simples palavra calada.

Talvez a flor da açucena,

Deixe a cama preparada,

Para minha ultima morada
Depois que eu sair de cena.

Deixe-a ampla e perfumada,

Olharei por ti minha amada,

Lembrando do amor fraterno.


Nos meus versos a lembrança,

Nas letras escritas, esperança,

De um dia eu ser eterno...


J B Ziegler


Desconhecido
Ilustremente desconhecido,
Eu caminho pela cidade,
Cidade minha que não conheço.


As pessoas desviam,

Como que se não me visse,

Ou como se eu não sentisse,

A frieza com que me fatiam.


Mesmo assim vou seguindo,

Juntando meus pedaços pelo chão,

Que fui deixando quando vinha,

Para não me perder ao voltar,

Como se não estivesse sentindo,

Que cada pedaço que ia caindo,

Não ia me encontrar...
Minha alma?

Esta ainda me acompanha, calada,
Caminhando pela estrada,
Como simples fugitiva,

Neste silêncio doloroso e mortal,

Que me craveja feito um punhal,

E ainda finge que está viva...


J B Ziegler
Eu passarinho
Quando me mataram,
Pela décima vez,

Eu ainda era um jovem talento,

Ainda desconhecido.


Hoje estou velho,

Com o rosto esmaecido,

Agora, já me conhecem um pouquinho,

Só que me matam devagarzinho...


J B Ziegler
Contos de fadas

Um dia, depois de tanta espera,

E com o peito quase tapera,

A Princesa tomou uma decisão,
Para acalmar seu sofrido coração,
Já há muitos anos, desesperado,

Desistiu do Príncipe encantado,

E casou-se com o Dragão...


J B Ziegler



Ator, Escritor, Teatrologo e Cineasta.

* Poemas no Ônibus de Gravataí - RS.
* Agraciado com a comenda Cavaleiro da Ordem da Lyra de Bronze em 2002, com a poesia "Um Coração" e "Esquina".

* Participação na 19º volume do Painel Brasileiro de Novos Talentos.
* Inúmeras publicações com a Casa do Poeta e a extinta ASL - Associação Santa-mariense de Letras - e outras.
* Escreve no Letras Santiaguenses.


MSN: jbziegler@hotmail.com


http://republicadevira-latas.blogspot.com/ http://oscarpinteirosdegaia.blogspot.com/ http://www.jbziegler.blogspot.com/ http://poetajb.blogspot.com/ http://tecendoartenarede.blogspot.com/ http://recantodasletras.uol.com.br/autores/jbziegler


Olheira de plantão!
Dicas de Sandra Antonioli,
e-mail sandra.antonioli@gmail.com

Um comentário:

  1. Queridas, dizem que homens não choram, mas só aqueles alijados da presença de vocês.

    Visitem meu blog:
    http://jbziegler.blogspot.com/

    Que publiquei algumas palavras tortas, para agradece-las.

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