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quinta-feira, 16 de abril de 2009

PRISCILA S. LISBOA, POETA DE JUNDIAI/SP




Não me contento em navegar pela superfície,
furo os barcos de propósito.
porque só para os náufragos,
é que os oceanos se revelam,
por inteiro.


Sujei-me do belo...
Me encardi de afeto e ternura...
Rolei nas poças da amizade...
Tenho a boca suja de doçura
e o coração emporcalhado de amor ..
.e não peçam para banhar-me...


E assim:
...caminho...
Lentamente...
Não porque estou desanimada ou me enchi da vida
Não,não,mil vezes não!
Eu não me "arrasto" pela vida,
repito:
Caminho lentamente
L-E-N-T-A-M-E-N-T-E
Como só aqueles que são amigos íntimos do tempo ousam caminhar!

Não escrevo escrevendo...
Penso não pensar...
Hoje não sou sendo...
Tornei-me fogo que molha...
Uma água que queima...
Um gelo que esquenta...
Um ardor que congela...
Sinto -me assim,sem sentir-me.
Confusamente inconfundível estou...
Palavras que não digo dizendo...
Grito em altos decibéis um silêncio ensurdecedor...
...
...estou perto demais do longe de mim...
Era Tarde
Talvez era,tenho problemas em definir o tempo.
Aliás tenho problemas com a palavra "Definição".
Defino-a indefinível
...É..
Defino-me indefinível de definir a palavra Definição.
Indefino-me.Ponto.
...
...cá estou definidamente indefinida...

Amanheço em tardes anoitecidas pela madrugada afora...

...Sigo um caminho desconexo...

Apresso-me para chegar á lugar nenhum na hora inexata de um mês que não existe de um ano que já passou...

Tardo-me...

Percorro um caminho que conhecidamente desconheço...

Sigo corajosamente amedrontada...

acompanhadamente só...

em passos seguradamente inseguros...

Cá estou,

encontradamente perdida,

numa conhecida estrada inexistente...

...

...vou olhar o céu...

Mergulho-me...

...profundo abismo de quem sou...
falta-me o ar apesar do imenso espaço...
fico na loucura de sempre,
entre o desejo de ficar-me e a necessidade de ir-me...
retorno lentamente e hesitante à superfície.
Paro. Submerso-me.
Fico entre a linha tênue do ar viciado que quer tudo...
e no mergulho contrastante da necessidade de nada...
...
...Cruzo os braços...


Biografia Priscila S. Lisboa


Jundiaiense de nascimento,mas prefere dizer cidadã do planeta Terra.27 anos de verdadeiro desprezo por definições,regionalismos,certezas,apelidos,etiquetas,rótulos,status,limitação de qualquer tipo.Nascida em 26/04/1981,sob o signo de touro,ascendente em touro e lua caprina,tanta terra astral que contrasta com o olhar negro de maresia,devido ao oceano que transborda da alma.Filha de Valter de Souza,paulista, que herdou a constituição física,o amor à leitura e a melancolia,e de Cleusa Martins de Lisboa Souza,paranaense,de quem herdou um gênio forte,típico das mulheres da família,a afinidade com as palavras,e uma postura firme.Síntese dos dois,ficou assim,nem homem nem mulher,"moleca",delicadamente intensa,abstrata,metafórica,com repentes de anciã.Fadada ao intenso amor ante as coisas que não existem,que moram na imaginação.Adora passeios a pé sozinha,declarações de amor,cinema,arte,os poemas de Fernando Pessoa.Ama o mar,borboletas azuis,pessoas idosas,chocolate,música,doces,e cachorro.Ler é o seu alimento.Sente-se metade palavras. Quer falar todas as línguas; ser uma águia por um dia; ver sua Alma;desenhar o silêncio.Sim,ela desenha.Tem um jeito de ser,de escrever,de se portar que não cabe em explicação alguma e nem em molduras.Carrega um medo indócil no caminhar.É praticamente irmã da solidão.E do Amor fez-se refém por conta própria.


Olheira de Plantão
Poemas às Flor da Pele
Sandra Antonioli

sandra.antonioli@gmail.com

4 comentários:

  1. mas bah
    gosto mto do texto da Pri
    que bom vê-lo aqui
    abs

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  2. Olá Mulheres bouas *.*

    Vim deixar meu beijo de agradecimento pelo espaço concedido aos meus devaneios á solta...Melhor que palavras,poesias,prosa,versos,estrofes,são os amigos que tão amorosamente encontramos pelo caminho...


    Meu Enorme beijo de muito bem-querer!





    PS:E não curto me olhar em foto não,credo!!!

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  3. que delicia poder me esparramar na tua poesia ..um abraço grande e continue a enfeitar essa vida bela

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  4. Perfeito,muito perfeito...
    "Ah...o homem...Um animal sem asas livre no pensar."
    Atenciosamente,Priscyla de Oliveira.Recife-PE

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